segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tenho os sentidos já dormentes

.. o corpo quer, a alma entende?
o que me separa da medíocridade do mundo: Lenha (Zeca Baleiro)
Tem noites que eu teria mesmo que seguir o que sinto e nem colocar a cara na rua. Mania estranha de andar no automático. Festa vazia vazia vazia no Vagão. Sim, eu aproveitei, eu me diverti dançando.. enquanto tive paciência. Chegou num ponto que joguei a toalha e só queria ficar quieta. Tenho que ouvir de um cara que nunca ví na vida que a minha tristeza é linda. Ta bom.. 5 minutos de conversa pra ti pela abordagem sincera. Tenho que ser simpática com gente que nem conheço só porque não consigo ser estúpida com pessoas que não me dão motivo... e nem quando dão. Pensei em ir embora várias vezes, alguma coisa me segurava.
A Laine me olha e pergunta se eu quero ir embora, se quero uma bebida... 'não' pra tudo.
- Quer um abraço?
- Por favor...
Obrigada... mesmo mesmo.
Saí, voltei... só queria que tudo acabasse logo.
Achei meu lugar quando entrei no Revival às 5:30 da manhã. Tudo fez sentido. E pra cada um que vinha me dizer que eu tava bonita eu tinha vontade de rir. Muito. A risada mais irônica. Me fechei com as pessoas que amo e as risadas foram sinceras. Agradeço por ter ido pra finaleira... tava em casa e me sentindo bem, por mais bizarro que isso possa ser. Vários presentes de pessoas que valem tanto... O sorriso de quem me colocaria no colo quando tocou Beds Are Burning e eu tinha vontade de sumir pra sempre. Conversas sinceras. Amigos bêbados. Levo o Douglas, levo a Grazi... pela mão. Café da manhã na casa da Pequena Gigante com torta de aniversário. Peço desculpa por ter magoado tanto no outro final de semana e me sinto melhor. O alívio vai vir, pode ter certeza...

Eu amo domingo de manhã e sol que só tem em domingo de manhã. Mas cheguei em casa e fechei a janela até não conseguir ver mais nada dentro do quarto. E daí ninguém mais ia me julgar.


Uma tarde de parque e amigos me deixa leve e não importa mais. O xis de domingo a noite foi em outro lugar.... Necessidade de botar a cara na rua quando ninguém mais vai estar na rua num domingo a noite. Conversa longa na frente do prédio da Cíntia... tu é quase uma mãe e me bateria se pudesse... mas entende como ninguém. E lembro daquele abraço roubado no Revival e de dizer que me ama :)

Falaram também que meu blog é óbvio e claro demais. Eu não tenho nada a perder. Tem coisas bem mais óbvias em mim.. não é a transparência aqui que vai me deixar vulnerável.
Arranja força sei lá onde pra uma conversa até as 3hs da manhã. Um abraço de 10 horas... é. Eu sei.


sábado, 27 de outubro de 2007

Quem quer manter a odem?

Escutando Desordem dos Titãs (em um dos meus cds super fodas que são resgatados lá de vez em quando) analiso como as coisas andam estranhas ultimamente.. e bem longe de onde deveriam estar.
Eu ainda tenho várias primeiras vezes... e ontem fui parar nos Forasteiros pela primeira vez. Bom, o que faltou e que tinha sido prometido: não bati fotos dentro daquela charrete que o segurança ficava balançando pra mim (aquele lugar tinha que ser usado pra outra coisa.. só pra justificar o 'perigo' que dizem que tenho escrito na testa) e nem desci o morro de grama virando cambalhotas como quando eu tinha 4 anos (eu sempre me pelava de medo de quebrar o pescoço mas me jogava morro abaixo mesmo assim.... incrível que a atitude ainda é a mesma, mais de 20 anos depois).
Banda de amigos tocando em um lugar que parece um cabaré. Chapéu de cowboy... esporas. You Shook Me All Night Long em ritmo sertanejo e remixado... pelo menos essa letra eu sabia. A guria do bar me intimando na cara dura. A Marcele vestida de menina. Ver que o que importa mesmo são os amigos e que com aquelas pessoas qualquer festa vai pra frente. O Thucky não teve coragem de cantar Velhas Virgens no meio dos sertanejos. Aniversário da Pequena Fran :) ... ver ela feliz no palco é tri bom. Vocês vão me ameaçar sempre antes de começar a tocar Menina Veneno? Dançar até a vontade passar e começar de novo. Eu to ficando boa nesse negócio de esquecer o mundo e não poderia me importar menos com o que tão achando...
achando parceria pro crime então...











Revival? Nah. Vagão? Nem. Me leva embora, por favor.
Reparos necessários aqui em casa. Conversa longa. Minhas mãos amarradas. Incapacidade de poder criar qualquer forma de alívio quando era o que eu mais queria poder fazer. Levanta essa cabeça e olha pra mim... Que "tudo vai dar certo" não vire uma frase automática. Abraço de 10 minutos em silêncio. Sim, um pouco de tudo que fica. (existe um mundo que só quer te ver sorrir).

E hoje eu to sem rumo. Com vários caminhos na minha cara e sem vontade de trilhar nenhum... sem coragem de ficar onde estou também. Vou acabar fazendo o de sempre: me jogar numa festa vazia e sem nexo com um sorriso plástico. Queria ter uma justificativa que me pegasse pela mão e ter a paz que alguns sonos me proporcionam.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Muito de tudo

o que me separa da medíocridade do mundo: Drive My Car (Beatles)

Perder dinheiro as vezes pode ser tão bom... Uma turma que acaba, saindo da escola ainda com dia claro. Zaraba com as meninas. Mais do que merecido e esperado. Sem balde de água fria no meio da tarde que eu mando a VioleNta te ligar. Ah, será que te animei? Tô acostumada em te ter como porto seguro e me perco um pouco na hora de ser o colo. O teu sorriso era o mesmo. É fácil de perceber que não precisamos de muito mais naquela hora... café, cerveja e meia dúzia de cadeiras. As chiliquentas, as ciumentinhas, as nervosinhas, as paranóicas. As que têm a risada solta e passam horas brincando e fazendo valer cada minuto.

Um menino chega pra torrada colegial de sempre e não dura muito. Antes de ir embora pergunta meu signo. Touro. Me olha como se fosse óbvio e fica devendo. Descubro que a Grazi é um amor com todo mundo menos comigo... e que é até legal isso. Histórias de meninos, meninas e primeiros beijos. E outras primeiras coisas. Eu sempre digo que amizade de mulher dá mais trabalho. Com homem tudo é mais fácil (as vezes até demais). Mulher é meio fresca, meio sensível demais... mas como é bom ser meio fresquinha as vezes.

Deu saudade... Sinto falta da minha companhia incondicional de uma vez... das conversas regadas a muito café no Zaraba e discutindo meus relacionamentos falidos e conturbados. Do melhor amigo que mora no mesmo circo. Escrevo sabendo que não é justo seguir caminhos separados... mas tendo a certeza que é só temporário. Mesmo com toda a distância (estando a apenas alguns passos), tudo vai voltar pro lugar. Por enquanto sentimos falta. Os dois... de novo e ainda.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

"We know where the music is playing... Let's go out and feel the night..."

o que me separa da medíocridade do mundo: Harvest Moon (Neil Young)
Final de semana bem calmo se levado em conta a perspectiva que eu tinha no meio da semana passada... Não, não saio na sexta... Até queria, mas me faltava vontade. E não tem a menor chance de me convencer a ir dançar forró... nem sob as propostas mais legais do Jacu em se revezar entre a razão do afeto dele e eu. Eu não nasci pra isso! Durmo... e bem!
Enfim fui na Feira do Livro... Primeiro uma passada correndo na sexta... outra no sábado com todo mundo. Mas não duramos.. Sim, eu páro em todas as bancas... Acabamos no Copa, bebendo na calçada. Parece verão...
Falando em verão... nossa loira ta voltando de terras distantes e os meses que seguem vão ser um pouco melhores só por saber que ela tá aqui. É muito bom ver todo aquele brilho no olho dela e por ver que as coisas se ajeitam na hora certa :)
Janta na casa do Rafa... o plano era ir pro Vagão. Eu gostava mais do plano original... uma troca de olhares pra entender que a gente não ia pra lugar nenhum aquela noite... e que o plano original ficava. Resgate emergencial de alguns filmes aqui em casa, fuga pro lugar certo... Um frete de um amigo que tá tão diferente... e como faz bem ver ele assim.
A noite não era pra multidões... certeza eu já tinha, mas as mensagens que a Violeta me mandou do Vagão só nos fizeram rir e pra dizer que tudo tava bem do jeito que tinha que estar.
Definir como "uma noite de sábado mágica" diz tudo. Realmente não tinha outro lugar que a gente deveria estar naquele momento...
A tempo de ver o dia amanhecendo... mas sem sol. Não precisava de sol aquela hora. Entrar no Vagão às 7hs da manhã pra horror do Mosna:
- O que vocês tão fazendo aqui?
- A gente veio ver o show. E consegue um Domecq pra mim.
Café da manhã aqui em casa... Onde que deu errado que tu cozinha pra mim e não o contrário?? A calça do meu pijama é legal sim.... Roda de chimarrão com meus pais. Extremamente político, mas tão divertido. Eu engolindo o riso. Ela já gostava de ti... mas ia gostar só por me fazer lavar a louça... 47 reclamações... e contando... Manhãs de domingo sem preço. Noites de sábado insubstituíveis.
Do domingo posso dizer que nunca mais vou no Upir. Que coisa. Durei 10 minutos e vou embora a pé. Reparos na Grazi... é. Telefone toca... Eu não sou fiasquenta... nem chatinha. E talvez nem fosse pra tanto mesmo. Mas ta bom, eu vou comer o xis... mania que tu tem de dizer as coisas certas na hora certa e me amansar... que bom :)
(Os filmes a gente assiste outra hora...)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

... com um sorriso digno de criança grande preferida

o que me separa da medíocridade do mundo: Thief In The Night (Stones)

Meus conceitos de ironia cada vez se ampliam mais... Afinal eu já sabia que quem ia me juntar do chão era justamente ele. E com uma competência e carinho invejáveis. É aquela história que se repete... e voltei pra uma noite de quarta feira que tivemos em junho, no mesmo lugar e com o mesmo resultado.
Olha que eu nem gosto de futebol... mas um 'eu queria te ver' me desarma. Por favor, que desarme sempre... de várias formas.. porque isso é pra poucos. Não duramos no Vagão... a noite não era pra companhias, por melhor que estivesse lá.
Horas. E mais horas de conversa e de tudo que justifica esse tempo todo... as coisas são simples assim: me faz sorrir.
A maior parte do tempo... como tudo que é bom.
Sabendo ou não o que é melhor pra mim.... temos todos os motivos pra justificar os 'erros' preferidos ;)
Deveria ficar decretado que todo mundo tivesse direito de ter noites como a de ontem... Noite morna tomando Domecq em uma das tuas calçadas preferidas e que tem mais significado, com uma conversa mansa, sincera... e sem as metaforas que, querendo ou não, nunca foram muito usadas comigo.
E vale entrar em casa e ver a pessoa que chorou na minha frente há 3 dias atrás olhar pro meu rosto e sorrir... :)
Tive paz de criança dormindo mais uma vez... a criança grande preferida, diga-se de passagem.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Dizem que o medo e a dor fazem a gente aprender

You're gonna be remembered for the things that you say and do...
(Linda a propaganda nova da Coca-Cola)
Seria justo desejar que não se importassem tanto comigo? Seria tão mais fácil se eu tivesse que saber trabalhar só minhas próprias mágoas e não ter que conviver com a mágoa que eu provoco em pessoas que convivem comigo. Eu to precisando de orientação de novo (... ground control to major tom...) e to com medo que esse vazio angustiado que to sentindo volte em termos permanentes como veio e ficou não faz muito tempo atrás. Eu também tava justificando tudo pura e simplesmente pela minha vontade. Adorava ter coragem de fazer tudo que bem entendia, passando ou não por cima de coisas e pessoas. Foi muito bom por um tempo, naquela felicidade ilusória. Daí eu passei por cima de mim mesma. Do que eu sinto, do que eu vejo, do que eu acredito... quem perde o respeito por sí mesma não pode esperar respeito de ninguém. E agora já não sei se sou mais covarde por ser ainda fiel as minhas vontades ou se por querer dizer não a elas.
Então eu páro e olho em volta pra ver pessoas que sentem ao me ver assim, meio perdida, nada forte... vejo uma pessoa que eu amo muito muito muito chorando por não sentir mais orgulho de mim e por não reconhecer mais tudo que eu já fui. Ou tudo que era pra eu ser. Nada pode doer mais que isso... saber que se importam e que minha falta de amor próprio virou fonte de tristeza pra eles e que já me acusam de estar sem brilho no olhar mais uma vez. Sem coragem de olhar ninguém nos olhos... por vergonha por estar sendo tão fraca ou pra não entregar tanto do que eu sinto ao fingir que ta tudo bem. Uma vez eu achava o máximo uma frase da Cecília Meirelles que dizia "aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira"... Eu tanto deixo cortar que já nem sinto mais e não vejo as cicatrizes.. mas que são feias pra quem se dá ao trabalho de me olhar duas vezes.
Meu mecanismo de defesa tá ativado, mais um destino falido. Acho que preciso de mim... só que dessa vez não tenho idéia de onde procurar. Vou fugir pra onde?
Cada vez mais vejo que não deveria ter baixado as defesas. Ô alma inquieta e sem jeito... sem freio e sem filtro... que muito quer e quase nada tem.
You give a little love and it all comes back to you... (?!?) La la la la
Irônico...

Ofereço a minha própria confusão

o que me separa da medíocridade do mundo: Vida Louca Vida (Cazuza)
Sobrevivemos... a mais um feriado. O coice não foi tão forte como no último (mas isso tudo é relativo, claro) e (quase) tudo deu certo...
Revival memorável ontem. Eu quase desisti. Eu ando um frango ultimamente querendo e teimando em evitar algumas situações.... já tive mais coragem e já fui bem melhor em lidar com pessoas e sentimentos. Todos os tipos de pessoas e todos os tipos de sentimentos. Lidar melhor com quem dá muito valor e com quem não me dá valor nenhum. Não importa... Bom, tanto num caso quanto no outro, metade da culpa é invariavelmente minha. Aceito.
Mas eu tava falando em Revival memorável.... coisas improváveis acontecendo, como esquecer de bater fotos. Minhas meninas todas lá... e como eu não precisaria de mais nada em alguns daqueles momentos dançando lá na frente do palco, sorriso enorme de volta no rosto. Esquece da vida. Ou quando a Grasi me olha na finaleira sentada no palco e diz "eu sei porque os vagalumes brilham, Dessa!". Ah, se elas soubessem o peso que tem e como me fazem bem!
Eu sou tão óbvia. As vezes queria que não fosse tão fácil me olhar e entender o que tá acontecendo. Eu não tinha nem entrado no bar direito e já me perguntavam o que tinha acontecido. Eu devia desenvolver uma resposta padrão pra não ser desarmada uma vez sim e outra também com essa pergunta... ainda mais quando eu to achando que meu teatro ta bom. A Jo e a Cau foram as primeiras e lembrei de um dia que também ví isso nelas. Também era óbvio. Não, meus olhos não estavam tão tristes. E elas forçaram o meu sorriso. E de novo, e mais uma vez... Até ele se sustentar sozinho e por merecimento.
Mas daí já é outro assunto... sobre alguém que tem um sorriso largo e que fazia tempo que não via. Alguém que foi presente nesse tempo todo e que ofereceu companhia incondicional do começo ao fim... e quando eu fui prioridade. :)
Mas (sempre tem um mas), eu lembro de uma citação do Kerouac que tenho há anos na capa de um diário e que tá valendo tanto...
"... gosto de muitas coisas ao mesmo tempo, e me confundo inteiro e fico todo enrolado correndo de um destino falido para outro, até desistir. Assim é a noite, é isso o que ela faz com você; eu não tinha nada a oferecer a ninguém, a não ser minha própria confusão"

Claro que pra ter uma razoável calmaria no sábado eu tive que passar por momentos, hã, 'complicados' na sexta.
Fui de mãe do Vento e do Taloco pro Paiol. Não creio que tenha algo mais ilustrativo do que isso...


Ou então o pobre homem do estacionamento olhando pasmo pra uma cena e perguntando:

- Mas o que ele é teu???
Suspiro longo (e exausto):
- Meu bêbado. Minha cruz... atende por isso também.

Claro que a equipe era forte e constante, umas 10 pessoas (os de sempre, mais algumas aquisições novas muito oportunas)... mas mais claro ainda é que mãe só tem uma. Eu tinha prometido cuidar de tí e eu também cumpro as minhas promessas. O Taloco veio de brinde, claro. Não poderia ser diferente... Humpf. Jacu.
Sobrou bebida na mesa e as meninas deram conta... Digamos que as coisas sairam do controle logo (fotos não divulgáveis) e a maior parte do tempo foi divertido. O resto do tempo foi MUITO divertido... mas nem todo mundo lembra, ah é.
- Me leva pra casa?
- Agora?
- Por favor...
Era pra ser fácil.... Hoje digo que é preciso um curso na NASA ou um mestrado na Universidade dos Fodas pra colocar os dois no carro. Lembra do tio do estacionamento? Então.
Foi um longo caminho... Um doutorado pra tirar um do carro... Um andava e falava... o outro nem isso.
Coloca na cama, fácil. Claro que o brinde tem que incomodar por uns 17... rola da escada 3 vezes. E não morre. Que coisa...
Ligo pedindo reforço... ah, tá no Vagão? Um tapa na tua orelha. Traz o carro dele pra ele parar de falar e dormir. Só as 6hs. Pro inferno, com credencial VIP... uma dia essa volta. Logo ficou óbvio que eu não ia ter 5 minutos de sono lá. Chego no meu limite (sim, eu tenho). Fico na torcida pra ninguém morrer engasgado no próprio vômito mas vou pro meu sono merecido.

Não sem antes passar no Vagão, claaaaaaro. Rá.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Wild Child

o que me separa da medíocridade do mundo: Enjoy The Silence (Depeche Mode)
Não Vale Nada (Velhas Virgens)
Não tenho muitas lembranças daquele tempo que tudo era mais fácil, mas lembro de coisas que me levam de volta àquela época, como se nada tivesse mudado. Eu tive infância em três cidades diferentes. Três são também as coisas que mais me dão saudade... e uma, quarta... que não é um fato isolado, mas um porto seguro que hoje falta.
* Até os 4 anos eu caçava vagalumes no jardim de casa nas noites de verão. Meu pai tava sempre lá... e como ele tinha técnicas. E como ele tinha tempo. Pai, por que eles brilham? Eu ainda não sei... mas tu com certeza já deve ter explicado. Nunca matei um vagalume, já era escrava da ternura naquela época. Eu devo ter caçado vagalumes depois dos 4 anos também, mas por algum motivo parei. E por outros tantos motivos, não lembro. Mas aquelas noites mornas de verão cheias de pontos verdes e de pai e cheias de cheiro de mato pesam e muito.
* Eu tive um PogoBall. Acho que foi o que eu mais quis quando criança... Pobre da minha mãe que largou aquela caixa quadrada no meu quarto durante a madrugada pra eu ver quando acordasse. Uma caixa TÃO quadrada não poderia ser outra coisa... Eu já sabia que vinha e o preço que pagam é me ter pulando no meu PogoBall verde e roxo no corredor madrugada afora. E os dois estavam lá, segurando minhas mãos.
* A sensação de se jogar morro abaixo de bicicleta não tem preço. Sem as mãos e com os olhos fechados. Era pra eu ter morrido algumas vezes. Mas todas as marcas e tombos foram de olhos bem abertos e no plano. É quando parece seguro que nos descuidamos... e o chão é justo e merecido?
* E o porto seguro... a casa dos meus avós. Com cheiros, com cama quentinha, com todo o carinho do mundo (e com todo o cuidado exagerado também). Que falta eles me fazem. Certo que hoje eu ia pra lá... e mais certo ainda é que eu ia sentar no colo da minha avó (mesmo sendo grande demais pra isso) e ia ouvir ela dizer que tudo ia ficar bem. Meu avô ia me dar uma bala de menta, claro. Acho que a coisa mais dificil foi sair daquela casa pela última vez... sabendo que era a última. Voltei a chorar como criança sentada no chão da cozinha. Saudade enorme.
Eu ainda ganho presente de Dia das Crianças... Dessa vez ainda não sei. Não saí do quarto ainda e ta tão bom aqui quieta. Tem gente que diz que eu nunca cresci e que ainda tenho 11 anos. Não 12... porque com 12 anos já se tem uma maldade que eu não tenho. É.. eu sei. A verdade é que eu acho que não quero mesmo crescer... nessas eu ainda fico louca de faceira quando passa os Goonies na TV e ainda corro na chuva e pulo em possas pra molhar meus amigos. Mas já não ando de bicicleta. Saudade de quando me chamavam de Wild Child.. mas eu já tinha 20 e poucos anos. Aquela intensidade me faz falta... o berro na cara de todo mundo, o respeito por mim mesma. E Wild Child rolava pra mim com a segunda pessoa que me chamou assim na vida.

Tinha festa pra todos nós ontem no Vagão. Quase todos nós estavamos lá. É tão interessante ver como eu perco tudo tudo tudo que poderia me manter num patamar de segurança e sanidade durante os shows da Salve Ferris. Pirulitos... o meu. O que roubei da Su (liiiinda, chegou no meio da noite). O que roubei do Taloco. E que ele roubou de volta. Humpf.
E não é que falou que Menina Veneno era pra mim, conforme prometido? Uma mordida pra ti... Sem strip-tease... mesmo depois de alguns copos de Domecq. Não lembro quem me fez girar nessa musica ou se eu já tava girando sozinha. Pra constar: eu nunca mais danço Fogo e Paixão contigo, Jacu.. se é pra te ver em pânico. (Eu não presto e nem quero :P). Tu não viu a frase na testa?
A Violeta foi... quando eu já dava como um caso perdido. Me ensina a ser assim? Deixa eu brincar de ser forte também? Como faz pra ser linda por fora quando tudo ta caindo por dentro?
Tocou Enjoy The Silence. Não pode faltar, já era de manhã. Lembro de um diálogo inocente de um domingo a noite a um tempo atrás:
- Eu sempre danço Enjoy The Silence sozinha no corredor do Vagão. Danço danço e danço.
- Eu nunca mais vou te deixar dançar Enjoy The Silence sozinha no corredor. Prometo.
Eu lembrava. E ele também lembrou. Corrida do nada, largamos tudo, me pega pelo braço, 'bora dançar'. É melhor não dizer nada, a música toda. Olhares desconfiados, minhas pessoas me controlando de canto. Ah, vocês não entenderiam. E essa música também é muito minha.
Não dormi quase nada, to cansada demais pra isso... Feira do Livro com o Taloco daqui a pouco. Com balde de cappuccino e tudo \0/
Tem um asterisco na minha mão. Coisas da infância... pena que não lembro o que ele deveria significar. Bons tempos que não usava o celular pra lembretes, escrevia de BIC 4 cores na mão:
"Comprar pão pra mãe", " Goonies na sessão da tarde".
Hoje eu escreveria " Não tratar como prioridade quem te trata como opção"
A BIC 4 cores eu tenho... então... azul, verde, vermelho ou preto?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Campanhas utópicas?

o que me separa da medíocridade do mundo: What's Up (4 Non Blonds)

Seguindo a série 'Campanhas e pedidos de socorro' encabeçada pela número 1:
Eu te desafio a me tirar do chão e me fazer voar bem alto
(sem sucesso até então)
segue agora a segunda parte:
DÁ PRA ALGUÉM ME CONVIDAR PRA IR NA FEIRA DO LIVRO E TOMAR UM BALDE DE CAPPUCCINO COMIGO???
Mas vocês ainda são me bando de bêbados preferido.... e no fundo eu sei que há cultura :D
Muito obrigada

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Please, tell me less

o que me separa da medíocridade do mundo: It's a Heartache (Bonnie Tyler)

Como eu AMO música brega! Pelo meu histórico vou ouvir It's a Heartache por 24 horas. Com um pirulito na boca que deve adoçar minha manhã de segunda feira.
não to com vontade de ser coerente hoje...
Você extrai dos outros aquilo que quer enxergar...
Por isso que eu amo a Cíntia... me falando de cantinho, lá na casa do Copa ontem de noite.

Fui parar até no show do Roupa Nova na sexta feira. Mário, sempre prestativo, me liga na quinta dizendo que tava vindo pra Caxias com Roupa Nova. Droga, Roupa Nova? mas que coisa... lembro da Cíntia choramingando a semana toda porque não tinha companhia pro show. Tá, consegue dois ingressos pra mim. Na sexta o grupo aumenta... Dino junto significa que vou dançar. De fato, mas só quando eles tocaram Beatles. Grazi surge na hora... Péra, alguém além da Cíntia gosta de Roupa Nova??
Sabe o que vale tudo isso? Ver ela berrando e dançando o show todo. Mas tudo mesmo, cada minuto.
Chego no Revival às 2 horas. Back Doors tocando, começando... Outra sexta sem dormir e se eu passo das 2 horas alguém tem que me manter operante até as 7 horas... pra ir pra casa tomar um banho e ir trabalhar. Cometemos o erro preferido de sempre. Mas na sexta foi melhor.
Bebo um pouquinho assim demais... Mas eu só sei disso quando colocam uma garrafa de água na minha mão.
- Vai dar uma volta no pilar que eu vou ficar olhando.
- Claro que vou. Tu acha que eu não consigo? Tá me subestimando?
Eu devia ter aceito o fato de não conseguir pronunciar subestimando como um sinal.
Amanhecer de sol laranja, até que não demorou. Café da manhã no Komilão.
Celular tocando dois minutos antes de começar a trabalhar. Sorris(ã)o.


Quando minha melhor vontade é dormir é porque o negócio ta feio mesmo. Almoço no meio do mato sei lá aonde com o povo do trabalho. Eu tava verde. E lutando pra não fechar os olhos. Mania de ser sociável.
Obrigada por sair da cama e ir me buscar no meio do mato. Desculpa não pagar o preço hehe
Dormir pra que, né? A Fantástica Fabrica de Chocolates tá em casa. Foi. Pipoca doce ou salgada? 'hum'. Não sei qual a dificuldade com esse gemido... devo ter dormido só 2 minutos. E acordei com um sacudão descomunal.
Maratona de filmes mais tarde. Durmo duas horas até meu celular me acordar. Eu não consigo desligar, não adianta. Volta.
Quem em consciência perfeita transforma O Pequeno Príncipe em um musical??? E ainda tiraram minha '"eu lucro por causa da cor do trigo". nhaaah.
Colo confortável e não ví nem 3 minutos do segundo filme.
Domingo começa bem com um almoço de família como sempre foi... Mãe cozinhando, pai chutando minha bunda e me empurrando... fazia tempo. Enche de alegria e de risada fácil. Tô leve? É.. normal. Volto pra cama. Quando tava me acomodando na minha estrela, toca o celular. Sim, vem aqui :D
Café... opa, não tinha água no Zaraba. Suco ta valendo... claro que sim. Busca todo mundo, vê as coisas saírem do controle.
Xis de domingo a noite. Muita gente. Fico longe demais.
Tenho obrigação moral de dar um porre na Violeta. Casa do Copa então? Eu não consegui dar um porre nela porque a menina é forte...
Mas eu vou te manter ocupada... prometo. Tudo se ajeita, baby :) E colo tu tem muito certo...
Mensagens do menino de sorriso largo pra alegrar meu domingo a noite. Tô dizendo... tá na hora!
no mais,
NHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

... e ainda me perguntam porque adoro ele

o que me separa da medíocridade do mundo: Flor Da Pele (Zeca Beleiro)


Obrigada por ligar ontem... por entender tudo com uma pergunta só e por se importar. Ah, pelo sorriso também.
Ta bom, ninguém chora aqui.
É por isso.
No mais, to mais mansa. Obrigada também aquele troooooooouxa que me fez rir durante a madrugada :)

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

"A madrasta das interpretações é a interpretação da palavra"

o que me separa da medíocridade do mundo: Try a Little Tenderness (Aretha Franklin)
Dia intenso. Não o intenso bom que eu gosto e tatuei nas costas... mas aquele intenso que tu quer mais é que acabe logo. Ou que nem tivesse começado.
Em algum momento eu desisti de me comunicar com as pessoas hoje e liguei o automático (inclusive tive que fazer teste oral em duas turmas, irônico)... Não que eu queira isso, mas simplesmente tem que ser. Ta todo mundo cheio de raiva, cheio de coisas maldosas pra falar... agressões gratuítas em todos os lugares que fui hoje, todo mundo com quem dividi o dia. Começou cedinho. Passei o dia engolindo grosserias... ficando aliviada por não estar no meio de alguns ataques de ódio e magoa, mas assistindo tudo meio triste. Briguei com o pai, com a mãe. Desligaram o telefone na minha cara depois de me chamar de idiota. Ví pessoas serem magoadas e perderem um dia por um comentário infeliz em sala de aula. Ví pessoas esperando uma oportunidade pra largar um monte de palavras cheias de rancor.
Essa noite eu só queria que alguém viesse me roubar de casa e me enchesse de risadas de novo. Ou que só me deixasse chorar quieta no colo.
Tô uma guriazinha sentimental de 12 anos hoje.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

The Chemicals Between Us

o que me separa da medíocridade do mundo: Eu Já Sei (Garotos da Rua)
Antes de tudo: Vou roubar a Su de volta pra Caxias. Trago nas costas.
A gente pode ter esses finais de semana sempre?? Boa companhia e gente que eu gosto um monte...
Sábado uma janta caiu no meu colo... Vou? Não vou? Pesa a última noite, pesa uma amizade. Vou. Perfeito do jeito que tava: Grazi, Su, Vento, Taloco e o pequeno-gigante Gus. Vocês querem mesmo que eu cozinhe? Andressa versão Amélia... 'Já ta pronto? e agora??' 'É seguro deixar ela sozinha alí no fogão?' aaaaaaah, pro inferno! Graziiiii, eu amo quando tu ta irritada!! Mas eu tento não dar risada, juro... Todo mundo tentava, na verdade.
Vagão com minhas crianças... banda muito boa que me botou pra dançar. Passei a noite sem beber. A segunda banda me desafiou seriamente... meu desespero olhando em volta por um copo. Descobri que não sei o que fazer com as minhas mãos quando não estou bebendo. Tem jeito...
Fuga desabalada com a Su pro Revival... Tinhamos negócios a tratar. Meninos ficam e vão ficar bem... como de fato ficaram. Ela tem sal, Jacu... e fico feliz por ti :)
Alguém tava muito de saía quando eu cheguei.. mas tu é uma babá bem fofa. Nos devemos uma festa valendo final de semana que vem, menino do sorriso sincero.
Vejo alguém que ta precisando de reparos. Sento com ela e conversamos por 3 horas. Olhos tristes... Levanta daí, guria... Porque vai passar :)
Vejo a Su de cantinho... Sorriso grandão. O meu, o dela... e de quem tava com ela.

Quando tocou "Eu Já Sei" abstraí e escutei com o coração pequeno. Tem músicas que são um coice... e essa vai ser sempre. Linda linda.
O pobre homem do estacionamento sempre me busca no bar pelo braço. 6 horas tava legal pra mim... tava amanhecendo e fui embora feliz.
Talvez o que tenha valido o final de semana foi justamente a hora que olhei pro sol nascendo quando sai da garagem. Não tive coragem de ir pra casa e fiquei rodando pela cidade, escutando "Sailing to Philadelphia" passando nos bares e sentindo tudo de um jeito tão leve... Sentindo que não devo nada pra ninguém e que não tenho mais nada que me seja devido. Eu teria corrido a cidade toda com o que tava sentindo naquela hora... mas com os sapatos na mão, por favor. Me libertei :)
Notas mentais: Ver aquele sol laranja nascer mais vezes.
(Queria repetir um amanhecer de sol laranja que tive com alguém)
A Grazi me liga com aquela proposta que eu nunca nego: Zaraba em meia hora? Foi.
Então tá... Laine, meu (?) Jon, Su... Algo aconteceu. Su, fico feliz de te ver toda faceira como uma criança. Grazi, ele é bom... hehe Pedradas. Uma, duas, dez... não entendi. Ver vocês felizes basta... Não sejamos cruéis com quem a gente gosta. Lembra de se importar o suficiente pra falar quando algo não tá legal?
Chega mais gente, mudamos de mesa. Clima estranho... Eu queria tudo como era antes.
Vento chega. Troca de olhar por 5 segundos e a palavrinha mágica: Megaburguer?? Ele levou 10 minutos pra roubar as 3...
Clima leve esperando xis cheio de cheddar. Su, teus olhos tinham o mesmo problema dos meus na sexta... mas é minha vez de não deixar. Ninguém deixa! Sorriso de volta. Risadas e conversas perfeitas. Já ta na hora de ir pra Rodoviára? Eu tava lá na chegada, vou levar também...
Fotos, coisas incríveis de ouvir (e de dizer). Rí mais. Grazi, sossegaaaaa!!! e tu vai dar um jeito no 'problema' que eu sei... Fotos perfeitas. Su, tu fica linda de mano... meu colo ainda é teu. Mas segurar o Vento no colo, em pé, foi algo que nem eu imaginava... me promove a alguma coisa! hehe
Tomara que o ônibus atrase um monte. Chegou 2 minutos depois. Levo pela mão até a porta. Não olha no meu olho que eu choro também.... Reservas de feriado já feitas. Planos grandes.

Bora me levar em casa que amanhã já é segunda de novo. "Quer entrar?". Cappuccino. Tu não achou mesmo que eu ia fazer o café, né? Eu só te corneteio por hábito... tava bom, mas no meu vai mais chocolate na próxima vez. Conversa séria? Nah. A gente se entende em silêncio. Ficamos assim... Por enquanto? Talvez...


The Chemicals Between Us é uma musica foda.
.pra tocar e cantar.