sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Wild Child

o que me separa da medíocridade do mundo: Enjoy The Silence (Depeche Mode)
Não Vale Nada (Velhas Virgens)
Não tenho muitas lembranças daquele tempo que tudo era mais fácil, mas lembro de coisas que me levam de volta àquela época, como se nada tivesse mudado. Eu tive infância em três cidades diferentes. Três são também as coisas que mais me dão saudade... e uma, quarta... que não é um fato isolado, mas um porto seguro que hoje falta.
* Até os 4 anos eu caçava vagalumes no jardim de casa nas noites de verão. Meu pai tava sempre lá... e como ele tinha técnicas. E como ele tinha tempo. Pai, por que eles brilham? Eu ainda não sei... mas tu com certeza já deve ter explicado. Nunca matei um vagalume, já era escrava da ternura naquela época. Eu devo ter caçado vagalumes depois dos 4 anos também, mas por algum motivo parei. E por outros tantos motivos, não lembro. Mas aquelas noites mornas de verão cheias de pontos verdes e de pai e cheias de cheiro de mato pesam e muito.
* Eu tive um PogoBall. Acho que foi o que eu mais quis quando criança... Pobre da minha mãe que largou aquela caixa quadrada no meu quarto durante a madrugada pra eu ver quando acordasse. Uma caixa TÃO quadrada não poderia ser outra coisa... Eu já sabia que vinha e o preço que pagam é me ter pulando no meu PogoBall verde e roxo no corredor madrugada afora. E os dois estavam lá, segurando minhas mãos.
* A sensação de se jogar morro abaixo de bicicleta não tem preço. Sem as mãos e com os olhos fechados. Era pra eu ter morrido algumas vezes. Mas todas as marcas e tombos foram de olhos bem abertos e no plano. É quando parece seguro que nos descuidamos... e o chão é justo e merecido?
* E o porto seguro... a casa dos meus avós. Com cheiros, com cama quentinha, com todo o carinho do mundo (e com todo o cuidado exagerado também). Que falta eles me fazem. Certo que hoje eu ia pra lá... e mais certo ainda é que eu ia sentar no colo da minha avó (mesmo sendo grande demais pra isso) e ia ouvir ela dizer que tudo ia ficar bem. Meu avô ia me dar uma bala de menta, claro. Acho que a coisa mais dificil foi sair daquela casa pela última vez... sabendo que era a última. Voltei a chorar como criança sentada no chão da cozinha. Saudade enorme.
Eu ainda ganho presente de Dia das Crianças... Dessa vez ainda não sei. Não saí do quarto ainda e ta tão bom aqui quieta. Tem gente que diz que eu nunca cresci e que ainda tenho 11 anos. Não 12... porque com 12 anos já se tem uma maldade que eu não tenho. É.. eu sei. A verdade é que eu acho que não quero mesmo crescer... nessas eu ainda fico louca de faceira quando passa os Goonies na TV e ainda corro na chuva e pulo em possas pra molhar meus amigos. Mas já não ando de bicicleta. Saudade de quando me chamavam de Wild Child.. mas eu já tinha 20 e poucos anos. Aquela intensidade me faz falta... o berro na cara de todo mundo, o respeito por mim mesma. E Wild Child rolava pra mim com a segunda pessoa que me chamou assim na vida.

Tinha festa pra todos nós ontem no Vagão. Quase todos nós estavamos lá. É tão interessante ver como eu perco tudo tudo tudo que poderia me manter num patamar de segurança e sanidade durante os shows da Salve Ferris. Pirulitos... o meu. O que roubei da Su (liiiinda, chegou no meio da noite). O que roubei do Taloco. E que ele roubou de volta. Humpf.
E não é que falou que Menina Veneno era pra mim, conforme prometido? Uma mordida pra ti... Sem strip-tease... mesmo depois de alguns copos de Domecq. Não lembro quem me fez girar nessa musica ou se eu já tava girando sozinha. Pra constar: eu nunca mais danço Fogo e Paixão contigo, Jacu.. se é pra te ver em pânico. (Eu não presto e nem quero :P). Tu não viu a frase na testa?
A Violeta foi... quando eu já dava como um caso perdido. Me ensina a ser assim? Deixa eu brincar de ser forte também? Como faz pra ser linda por fora quando tudo ta caindo por dentro?
Tocou Enjoy The Silence. Não pode faltar, já era de manhã. Lembro de um diálogo inocente de um domingo a noite a um tempo atrás:
- Eu sempre danço Enjoy The Silence sozinha no corredor do Vagão. Danço danço e danço.
- Eu nunca mais vou te deixar dançar Enjoy The Silence sozinha no corredor. Prometo.
Eu lembrava. E ele também lembrou. Corrida do nada, largamos tudo, me pega pelo braço, 'bora dançar'. É melhor não dizer nada, a música toda. Olhares desconfiados, minhas pessoas me controlando de canto. Ah, vocês não entenderiam. E essa música também é muito minha.
Não dormi quase nada, to cansada demais pra isso... Feira do Livro com o Taloco daqui a pouco. Com balde de cappuccino e tudo \0/
Tem um asterisco na minha mão. Coisas da infância... pena que não lembro o que ele deveria significar. Bons tempos que não usava o celular pra lembretes, escrevia de BIC 4 cores na mão:
"Comprar pão pra mãe", " Goonies na sessão da tarde".
Hoje eu escreveria " Não tratar como prioridade quem te trata como opção"
A BIC 4 cores eu tenho... então... azul, verde, vermelho ou preto?

7 comentários:

TaTe disse...

lendo as memórias de tua infância ainda lembro da minha...a infãncia é contínua...ainda uma menina com muito de criança...e assim sera suscessivamente(é assim que se escreve?hehe) por todoas anos de minha vida...

:D

infãncia comemorada em noite com grande estilo assim como a tua mas que infelizmente acabou com um telefonema e a Tate no hospital até as 9 da manhã...

tua postagem tá impecável assim como a penúltima frase que concerteza já pe nick de msn..

;P

Feliz dia da criança para nós
haha

Vento disse...

eu nunca esqueço das promessas que faço...

dessa... disse...

Tati, eu não vou crescer nunca. Nem tu... e é tri bom isso. A maior parte do tempo! :)
e que historia é essa de hospital? não que eu ja não tenha feito finaleira no hospital, mas essa parece diferente das minhas... 0_o
me manda um email....

Vento, é por essas e outras que te chamo de Junho...
e quando me dizem que tu não presta (e tu mesmo diz), eu dou razão... mas tenho também uma lista de motivos que explicam (e as vezes até justificam).

TaTe disse...

não não o hospital foi outra história..te mando um e-mail no hotmail
ainda não to pra tanto...
hehe

Adele Corners disse...

Ai que fofo isso, manhosa ternurinha!

...
..
.

Escreve de vermelho, bem grandão! Tu é meu xuxu! te amo, ok?

Ogra Albina Orelha de Elfo disse...

Vandressa me manda as fotos???
=DDD
Vou te incomodar até tê-las!
hahahaha
O melhor da festa foi a constatação final:
Sobrevivemos.
Ou Somos vasos ruins mesmo!
=DDD
Bjão amore***


Ps:Foto linda! hehehe

dessa... disse...

eu sou ternurinha :)
e a cintia que reclama de todo mundo me ama! rá.. eu tenho sorte!

Grasi, claro que sobrevivemos... e ninguem caiu dessa vez!
te mando as fotos :D

beijooooooooooooos