quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Você vai e logo esquece... é moça. A saudade é para os que ficam"

ouvindo: Spit on a stranger (Pavement)


Foi só eu comentar que fazia tempo que não tinha uma noite mágica pra cair uma no meu colo. Da lista das boas surpresas. Dançar até as pernas não aguentarem mais e me render ou até quando senti uma vassoura nos pés... quando já não tinha ninguém além da gente no bar.


My precious está indo embora. Ontem era despedida dela... e mesmo vendo minha menina chorar com aquela dignidade toda pela noite afora, segurei valendo pra fazer as coisas mais fáceis pra ela... mas lembrando que o primeiro choro por conta dessa viagem foi ainda lá em maio, do lado de uma fogueira no Ninho das Águias.

Muito vai me fazer falta... toda aquela aura de alegria, bom humor e otimismo que carrega com ela pra todos os lugares. Não interessa qual foi a patrolada da vida, ela tem sempre um sorriso. Fico feliz por quem vai ter ela por perto agora.


Saudades daquela época maravilhosa que os meninos estavam aqui no Brasil e a gente não parou um minuto por dois meses.

Porque tem noites que até no La Barra eu funciono...


Curinga, Piñas Coladas e La Barra. My girl numa pista vazia (porque o Mono é o que tem de bom e porque eu tenho que assistir Meu primeiro amor de novo ). Sambinha e Stand by me. E a frase que aquele pequeno me diz sempre que eu mereço:
- é tri bom te ver assim...


É como a gente escuta por ai...

As pessoas são, no geral, tão felizes quanto decidem ser :)



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

69- Amor e justiça



"Por que se exalta o amor em detrimento da justiça e se diz dele as coisas mais lindas, como se ele fosse de uma essência superior a ela?

Não é evidentemente mais estúpido do que ela? - Certamente, mas é justamente o que o torna bem mais agradável a todos. Ele é estúpido e possui uma rica cornucópia; tira desta os seus presentes para cada um, mesmo que não os mereça, mesmo se não demonstre qualquer gratidão por causa deles. É imparcial como a chuva que, segundo a Bíblia e a experiência, encharca até os ossos não somente o injusto, mas eventualmente também o justo."
Nietzsche
em Humano, demasiado humano.
Sem mais.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008


Ela tem cheiro de Fandangos de presunto e orelhas de veludo


:)
... e espera o ônibus sentada do meu lado

festa estranha com gente esquisita


Caxias é uma coisa muito estranha mesmo. Eu não vou nem comentar o fato das mulheres vestidas pro Oscar. Ou da briga por convites. Ou então as mulheres semi nuas em pleno setembro, numa temperatura de 5°C. Não vou comentar a fila que passava da porta do Mississippi e chegou a fazer a esquina.


Não comento o fato dos meus adoráveis amigos terem ido pra inauguração e não me esperaram como combinado. Ainda sai ganhando. Show bom no Mississippi, pra umas 10 pessoas. Risadas. Lá sim que tava bom. A Jo e o Mosna com aquele humor levinho. A Marcele me fazendo feliz como sempre. Olho pra fila e digo "nem pensar". Umas 10 vezes.


O show acaba. O gás do cotonete atômico acaba. "Nem pensar" ainda pra fila. Vou até o La Barra para o resgate dos meninos Nick e Taloco... meu contato com aquele lugar é de fora: a comunicação eficiente com o Mono ainda nas picapes. Constatação que o caso do meninos estava mesmo perdido.


Entro no Havanna mais de 2hs da manhã, depois de não sobrar uma única pessoa na fila rEdícula... e quando eu já podia arcar com o risco do Nick não ter colocado meu nome na lista. Tinha. Só pra olhar em volta e dizer "MAH, nem pensar!". Tem lugares em que eu nunca vou funcionar. No antigo bar eu já ia de arrasto naquelas finaleiras que não conseguia fugir. Duas vezes. Com traumas.


Aquela gente estranha, aquele cabelo chapado, a cor de tijolo padrão e aquela cara de diva fresca que diz "eu sei que todos me querem". Por favor. E tem dias que eu tô montada num porco mesmo. Durei 5 minutos lá dentro e a Barbie-vai-à-festa ainda me perguntou o que eu tinha feito pro meu cabelo ficar daquele jeito (de sempre). Mais ou menos lavei, secou como quis e eu amarro de qualquer jeito porque me irrita. Fila de quase uma hora pra sair de lá. Uso minha graciosidade e simpatia pra fazer o segurança entrar na fila por mim e carimbar minha comanda já que não consumi um pila nos 5 minutos que fiquei lá (como que querem que eu entre na fila de 1h dos bêbados, Cristo???? Nhaa.). Sai em 8 minutos porque o segurança ficou nervoso. Sem roubar a vez de ninguém. *suspiro*


Mas uma coisa ganha o ponto: eu bem que senti vontade de me balançar naqueles lustres bizarros e lindos. E chutar cabeças loiras. Mas eu tenho idéias estranhas.


Eu sou de buteco, não adianta.

sábado, 13 de setembro de 2008

a diferença é o que temos em comum



Enquanto leio sobre um homem de lata que perdeu o coração por amor, um "bobo" de palha que quer um cérebro, um leão que impressiona mas é o maior covarde já visto e uma menina que só quer voltar pra quem ela ama, fico pensando em como as vezes a gente entende coisa nenhuma na simplicidade.


Eu continuo vendo pessoas que eu gosto demais sofrendo pelos motivos errados. Pelas pessoas erradas. Sem entender coisa nenhuma. Pra mim, olhando de fora, é tudo óbvio demais. Pra quem vive também, mas é como se o todo fosse demais pra ser absorvido.


E então as pessoas amam odiando e odeiam amando. Se não amassem, não odiavam.


E tentam entender comportamentos, como se o reducionismo fosse ajudar. Como se fosse mudar algo.


É mais ou menos como um pintor que pinta um quadro, em que o todo é demais.
O que o olho do pintor absorve já não é a realidade, é o que ele vê. O que é pintado no quadro é ainda menos leal ao que foi verdadeiro, mas ele preenche o que falta com a experiência e no fim pouco capta da verdade.


Enquanto ainda tenta entender, eu me limito a escutar. É como se eu quisesse muito que ela também entendesse o verbo "merecer" e não só conjugasse ele. Mas isso não adianta falar. É como falar "isso é bom". Mas é bom pra quem?


No fim, olhando bem, lembro de um diálogo do filme Closer:


- I'm waiting for you.
- To do what?
- Leave me.


domingo, 7 de setembro de 2008

sobre forças e fraquezas

"... inclusive, eles dois estavam nas duas pontinhas da saudade..."

.Guimarães Rosa.

Não foi fácil.
Quanto tempo é uma noite inteira?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

... coisas (nem tão) soltas


Foi com um suspiro de alívio que amanheci na segunda-feira e me dei conta que já era setembro. Não que agosto tenha sido ruim... e também não passei agosto esperando setembro, como diz a música. Só acho que esse agosto foi o mês mais longo da história. Relendo páginas e mais páginas da agenda-diário que fica ao lado da cama, tenho a impressão que aquelas coisas aconteceram há tanto tempo atrás que acabaram por se perder. É como se eu tivesse vivido uma vida inteira em 30 dias.



Há uns dias atrás estava em aula com uma turma de conversação sobre o odioso inglês britânico (lembrei do Steve) e analisando algumas entrevistas do The Guardian. Uma das perguntas aos alunos era justamente qual era a palavra preferida deles. No meio de coisas como dinheiro, saudade, sonhos, amor, beijos e liberdade, um deles me olha e pergunta, afinal, qual era a minha palavra. Não acostumada a ter perguntas feitas a alunos revertidas pra mim e sem nunca ter pensado sobre isso, respondí de pronto:
- No.
Se indignaram com a grosseria e perguntaram o que era tão grave pra eu me negar a falar.

- Minha palavra preferida é "não".

Não que tenha ajudado eles em alguma coisa... Mas os meus motivos me bastam. Eu levei muito tempo pra aprender a dizer "não"... e tenho que dar razão aquele menino que me roubava a tranquilidade, mas que tanto me ajudou a crescer:


É libertador.

Algumas situações têm se colocado como testes. Em casa, no trabalho, em todo o resto. Recuperei a serenidade em muitas coisas, mas ainda perco as estribeiras com o que me tira do sério. Ainda tenho muito o que melhorar nisso... o ponto de equilibrio entre a calma e a tolerância com o que não deve ser tolerado.



E tenho aqueles poucos que não desistem de mim. Os que fazem meu telefone tocar sempre. Os que, mesmo sabendo que eu não vou ir, continuam me ligando e dizendo que me querem por perto. Fazendo campanhas em que me ligavam religiosamente a cada 15 minutos numa noite de sexta até me convencer a ir jantar. Tem momentos que me sinto muito grata por eles me vencerem pelo cansaço... com um sorriso. E não pedem nada em troca.




Ontem me permiti sair pra comer um xis, ventilar a alma como fazia em junho do ano passado naquelas noites geladas de saída de festas, constatar que perdí a prática em usar brincos e capacete, passar no Zaraba vazio pra um suco num lugar tranquilo pra conversar... e sentar na calçada do Berlin por meia hora numa noite de verão.

Talvez as coisas não estejam tão corridas quanto eu gosto de dizer que estão. Ter uma Monografia pra fazer, pilhas de livros pra ler e 10 turmas acabam por preencher meu tempo. Ou não.