segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Dias nada desleais

o que me separa da medíocridade do mundo: Don't feel like dancing (Scissor Sisters)


Finalmente ter fechado minha boca tem me feito um bem enorme.
Faz tempo que não levo um pedrada de pessoas que não teriam o que falar de mim e é tão "gratificante" deixar alguns pensarem que ainda sabem tudo. A distância é mantida por preservação. Ainda tenho os colos certos que escutam. Dois ou três... os mesmos que nunca me julgaram.
De uma conversa tranquila no escuro de um domingo a noite eu percebi que tenho a minha paz como há muito não tinha. (O inferno são os outros?). Poder afirmar que ninguém ta ultrapassando meus limites sem ser colocado novamente no lugar foi tranquilizador... e saber que não é da boca pra fora. Como mudou e como ninguém mais me desmonta daquele jeito... eu não sei. Só cansei. A dor, quando existe, é minha... mas a felicidade eu até compartilho. O resto (ou o tudo) tem quem faz parte... e me tem inteira, de conversinhas de meninas na minha cama e domingueiras de risadas com minhas meninas e meninos até noites de sono compartilhado no sofá. Faz tempo que não sou pela metade, nem talvez, um pouco, mais ou menos ou morna. Isso é por mim.
Ter a Vio aqui, fora de controle como sempre, é muito bom... as noites de bar e amigos compensam pelo óbvio, desde que dentro do meu aceitável. Já me permito ficar em casa lendo as vezes. Me permito gritar vontades e me fazer ouvir... e conseguir o que quero.
Mas ainda não sei dançar... muito. As Havaiannas ainda vão na bolsa. Já não consigo beber Domecq (grave...) e não tenho paciência simpática pra chatos. Ainda estou bronzeada e uso saia... No mais, é um 'vai pro inferno' fenomenal... também conhecido como 'desprendimento'.


Hoje é aniversário de 3 dos meus muito importantes... Uma, detentora do título de melhor amiga, eu não consegui ver ainda... Mas faz falta e não vai demorar, prometo. Tudo tem um tempo, baby ;)
Os outros me deixaram fazer parte de uma noite forte sábado. Rever todo mundo e ter as coisas nos lugares certos. Deixar "O amor e o poder" na finaleira do show me quebrar do jeito certo e dançar de olhos fechados com as meninas... sorrir valendo quando pedi a música certa e fora do repertório pra quem tinha que pedir... e ver nele o mesmo sorriso enquanto tocava.

Reconhecer aquele andar orgulhoso e cheio de mágoa a caminho do banheiro... aquele de quem só não corre pra não perder a dignidade... e ir atrás pra dar o abraço em silêncio que precisava, só pra constatar que ela continua linda até chorando enquando senta no meu colo num banheiro sujo de bar. Isso tudo pra ver que tu tem a mesma força de levantar a cabeça depois de desabar e seguir a noite realmente bem... Não tem mal nenhum nisso, amor... e tu não peca pela sinceridade ;)

Pesou dançar a cantar "I can't stop loving you" até perder a voz com a Vio e a Cíntia, como se o mundo fosse acabar... mas não ia mesmo? Eu adoro o sorriso de vocês.
Falando na Cíntia... era lindo lindo lindo ver como ela aproveitou a festa. Ter Beds Are Burning rolando e ouvir ela gritando o refrão aos berros pra mim lá de cima do palco enquanto pulava como eu me desmontou e me fez correr (viva as Havaiannas) até lá na hora... e perder nosso mundo de novo aos giros. Ela completou com dignidade, graça e sinceridade o lugar do dono da outra metade da música :)
Eu te amo (um pouco mais) por isso, 'xuxu'.
E pensar que eu ainda cheguei em casa num carro cheio de mulheres (e um Tchuky bêbado) ouvindo Cindy Lauper... essa mulherada precisa de simplicidade \0/


Eles se chamam de Vida... :)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

The birds



Dia que remete a tempos que a gente já nem lembrava... e como fazia tempo.


Aniversário do Pipes, meu partner in crime (meio paradinho por hora) de sempre. Estrada, dia de sol, alegrias sinceras. Como era... e como tem que ser :)


Te amo, tosco...
This bird you cannot change... lembra??
Saudade daqueles dias e daqueles sonhos :)

aos vencedores... as batatas

De todas as alegrias do dia, uma das mais significativas foi ver meu pai ser parceiro (e me arrastar) pra descer um barranco, pular um valo, escalar um morro, passar por cerca de arame farpado para, enfim, invadir uma plantação de batatas... só porque eu achei as flores lindas.


Ponto pro Seu Carlos e sua infância bem vivida :)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A fuego lento...

* Significado n° 01 do Dicionário Duden*
Zufriedenheit -- Felicidade:
Proveniente de feliz - que goza
de prazer e contentamento.
Vocábulos correlatos: júbilo, alegria,
sentir-se afortunado ou próspero.
(A menina que roubava livros, pag. 313)

** E a coisa mais divina que há no mundo é aproveitar cada segundo como nunca mais... É assim que eu brinco. O segredo está em fazer com vontade...
;)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

... um dia me falaram que eu preciso aprender a ser só

São tantas lacunas que eu já posso definir como um buraco enorme.
Falaram uma vez, não de uma maneira muito doce, que eu não sei conviver comigo mesma. Certo.
É muito tempo só pra mim... é muito "eu" pra completar o tempo. Com a correria dos outros 9 meses do ano eu não tenho tempo pra essas coisas. Pela primeira vez em... (nem lembro quanto tempo) a proximidade de um final de semana não me anima em nada.
Perdão, mas eu até chego a dizer que queria estar trabalhando agora.

"Com a noite as coisas concretas se apagam. A pouca luz impõe uma ausência necessária. O telefone não toca. As ambições parecem dormir. Tudo o que não pode ser visto transborda e se enamora das sombras e do silencio disponível. É desses momentos que surge a alma."
(retirado de um livro de fotografias num apartamento da Lagoa, em noite escura)

Saudade de algumas pessoas. Mas são tão poucas que me entristece.
Necessidade de abraços e silêncio que entende tudo. De algumas companhias... e só. Isso de não ter nuvens de algodão não ta sendo fácil...
Esse silêncio da alma me mata.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O direito ao sumiço

o que me separa da medíocridade do mundo: Samba em prelúdio (Vinícius de Moraes)





"Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não..."
(Alegria Alegria- Caetano)









Eu tenho surtos cíclicos... mais ou menos a cada 6 meses eu preciso (mais) de mim. Enfim, sozinha. Mais uma vez botei uma mochila nas costas e fui justificar a liberdade tatuada nas costas. Não avisei ninguém... desculpa. Sem grandes problemas também, quase ninguém percebeu ou ligou. Ainda bem que tem o quase.


Muito bom rever minha parceira de crime pra noites de Dogde morro abaixo, melhor ainda é ver que ela tá bem e parece ter encontrado o lugar pra ficar... 'e hoje??', saudade das noites... já e ainda :)










No mais (ou tudo que importa), foram dias tranquilos, de sol. Sempre é bom ir parar no Rio e andar como uma desconhecida completa pelas ruas. Ipanema tem cara de casa e caminhava muito muito. Deitar na areia e esquecer do mundo com livros comprados num sebo, ter a esquerda o Cristo, em frente o Arpoador e a direita todo o mar... eu não precisava de muito mais. Mas eu tinha, mesmo assim... As noites de vinho, a companhia dos meninos (que com o passar dos dias já não nos localizavam na areia como dois pontos brancos brilhantes), as jantas, a risada solta das pessoas, noites de Lapa e Baixo Gávea, ser chamada de gaúcha depois de falar 3 palavras, casas com portas abertas pra receber, escutar o tiozinho de 70 anos que vendia biscoito gRobo cantando "samba em prelúdio" baixinho baixinho e achar lindo demais, ter toda a sorte do mundo ao encontrar as areias as vezes tão vazias... aquele pôr do sol...




E daí me pediram pra ficar mais... mas tem uma hora que preciso voltar e encarar o que me assusta... mas não muito.

Dois presentes antes de voltar: a noite escura que me deu só duas estrelas bem em tempo de chegar em casa, alí, do lado do Cristo... já na hora que levantava pra ir embora.
O segundo foi, óbvio, a praia deserta numa segunda de manhã... toda a areia e um mar furioso só pra mim que tive que encarar como últimos momentos. Sentei na areia ofegante e com um sorriso de quem sabe que fez o que tinha sido proposto.

Quanto a mudança do nome do blog... só quero dizer que chega uma hora que as minhas nuvens já não podem ser de algodão.


"Quem não desfruta o privilégio de deixar uma saudade atrás de si e curtir o 'não ser', 'não estar' e 'não ser visto', perde uma das sensações mais excitantes da vida, que é se sentir um estrangeiro universal" (Martha Medeiros)


... e sigo sem nunca conseguir ter visto um amanhecer na praia.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Tudo tem seu tempo...

"Que os Deuses me concedam que
despido de afetos
tenha a fria liberdade
dos pícaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo;
Quem quer nada, é livre;
Quem não tem, e não deseja,
Homen, é igual aos Deuses.

(...)

Quero dos Deuses só que não me lembrem.
Serei livre- sem dita nem desdita-, como o vento
que é a vida do ar que não é nada.
O ódio e o amor iguais nos buscam, ambos
Cada um com seu modo, nos oprimem.
A quem deuses concedem Nada, tem liberdade."

(Fernando Pessoa)

É tempo de travessia (.)
(retalhos de ontem a noite no mar que tudo lava e tudo leva)

Todo mundo tem seu tempo... e sua época.