quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O direito ao sumiço

o que me separa da medíocridade do mundo: Samba em prelúdio (Vinícius de Moraes)





"Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não..."
(Alegria Alegria- Caetano)









Eu tenho surtos cíclicos... mais ou menos a cada 6 meses eu preciso (mais) de mim. Enfim, sozinha. Mais uma vez botei uma mochila nas costas e fui justificar a liberdade tatuada nas costas. Não avisei ninguém... desculpa. Sem grandes problemas também, quase ninguém percebeu ou ligou. Ainda bem que tem o quase.


Muito bom rever minha parceira de crime pra noites de Dogde morro abaixo, melhor ainda é ver que ela tá bem e parece ter encontrado o lugar pra ficar... 'e hoje??', saudade das noites... já e ainda :)










No mais (ou tudo que importa), foram dias tranquilos, de sol. Sempre é bom ir parar no Rio e andar como uma desconhecida completa pelas ruas. Ipanema tem cara de casa e caminhava muito muito. Deitar na areia e esquecer do mundo com livros comprados num sebo, ter a esquerda o Cristo, em frente o Arpoador e a direita todo o mar... eu não precisava de muito mais. Mas eu tinha, mesmo assim... As noites de vinho, a companhia dos meninos (que com o passar dos dias já não nos localizavam na areia como dois pontos brancos brilhantes), as jantas, a risada solta das pessoas, noites de Lapa e Baixo Gávea, ser chamada de gaúcha depois de falar 3 palavras, casas com portas abertas pra receber, escutar o tiozinho de 70 anos que vendia biscoito gRobo cantando "samba em prelúdio" baixinho baixinho e achar lindo demais, ter toda a sorte do mundo ao encontrar as areias as vezes tão vazias... aquele pôr do sol...




E daí me pediram pra ficar mais... mas tem uma hora que preciso voltar e encarar o que me assusta... mas não muito.

Dois presentes antes de voltar: a noite escura que me deu só duas estrelas bem em tempo de chegar em casa, alí, do lado do Cristo... já na hora que levantava pra ir embora.
O segundo foi, óbvio, a praia deserta numa segunda de manhã... toda a areia e um mar furioso só pra mim que tive que encarar como últimos momentos. Sentei na areia ofegante e com um sorriso de quem sabe que fez o que tinha sido proposto.

Quanto a mudança do nome do blog... só quero dizer que chega uma hora que as minhas nuvens já não podem ser de algodão.


"Quem não desfruta o privilégio de deixar uma saudade atrás de si e curtir o 'não ser', 'não estar' e 'não ser visto', perde uma das sensações mais excitantes da vida, que é se sentir um estrangeiro universal" (Martha Medeiros)


... e sigo sem nunca conseguir ter visto um amanhecer na praia.

2 comentários:

Mais além do princípio de comer disse...

Estou te devendo um amanhecer na praia...
=/

Pode ser em Torres???
Mil beijocas

dessa... disse...

sim, tu me deve MUITO um amanhecer na praia!!
claro que pode ser em Torres...
eu nem quero ver o que vai dar essa mulherada solta na praia hehe

viu como tuas fotos ficaram legais?
mimimi pq tu tem olho pra foto e eu não mimimi

beijos!