domingo, 12 de outubro de 2008

Há algo de podre no Reino da Dinamarca

barulhinho: who'll stop the rain? (Creedence)

Bar Doce Lar?


Uma vez eu entrava lá e não tinha outro lugar que eu gostaria de estar naquele momento. Hoje não vejo a hora de passar de volta pela porta.
Eu acabo sempre ficando, meio que esperando que alguma coisa, pelamordedeus, vá mudar e se justifique. Ontem não esperei e às 2hs já estava tirando o carro da garagem do Revival.
Já estou é achando que o os últimos meses continuarão se repetindo.


No começo eu achava que o problema era eu (coisa de centro do mundo, sabe?), hoje eu tenho certeza que o problema é meu por continuar tentando. Vejo tudo bem longe do que era e lembro, com aquele murro na cara típico da nostalgia, das noites que a gente não precisava muito mais do que uma banda de amigos no palco e fora dele.


Os amigos continuam lá, mas é como se nada mais ajudasse. Acabo lembrando sempre do meu rampant canadense que dentro daquele mesmo bar há meses atrás já me dizia que eu não pertencia a aquele lugar.


Ainda está todo mundo lá, do mesmo jeito de sempre e tudo diferente. Só não é divertido. E é interessante observar um mini exército de groupies sem esperança dançando em frente ao palco, as mesmas que ficam pro sorteio das 7 horas da manhã pra ver quem "consegue" levar elas pra casa, quando já estou acordando pra trabalhar. Algo me lembra um mercado de carnes. Assim como também é interessante observar a hostilidade e como elas encaram como uma ameaça que na verdade não existe. Nunca existiu. Mas é engraçado analisar lá do balcão e ignorar os comentários maldosos. A anos luz e muito bem.


Na quinta me diverti durante o show e tive uma vaga sensação daqueles tempos tão bons. Mas foi acabar pra eu me jogar porta afora, como se o ar tivesse acabado. Serve um pouco de consolo saber que é só chutar uma garrafa de cerveja que acho outra pessoa se sentindo do mesmo jeito.

Não sei se eu mudei ou se eles mudaram. Mas acho tudo um saco.


Faz tempo que não tenho uma noite mágica naquele lugar... talvez as últimas tenham sido quando o Fher estava aqui. Sangue novo. Gente diferente, com assuntos diferentes. Eram noites que se justificavam.
No show da Sunset eu sai do chão um pouquinho no início de Who'll Stop The Rain, arrepiada e sorrindo. O Taloco me perguntou o que era... e eu só respondi que estava em casa.


Lembro com saudade de algumas noites. Todas no ano passado. A gente era mais leve? A época, com certeza, era.


Lembro das noites de luz laranja, das de Domecq com Coca, das noites de samba rock no Vagão e de bota sem salto. Lembro da gente ficar no bar até 10hs da manhã do domingo, rindo e conversando porque ninguém sentia vontade de ir embora...

Hoje ficam porque não tem mais nada pra fazer, vagando como uns sem-vida mortos de tédio, e dizendo "fiquei no bar até as 5hs da tarde". Ssssssh!


Saudade das noites mágicas. Daquelas. E das nossas também.

5 comentários:

Adele Corners disse...

Olha, sem tirar nem por.

Exatamente.

Exatamente isso.

Vento disse...

Eu substituiria "groupies sem esperança" por "caquedo", mas de resto é exatamente isso.

Um sucessão de festas, de pessoas (e de shows, no meu caso) sem sentido.

dessa... disse...

... isso que eu não falei das penas voando no palco

eu estava num surto de nostalgia quando escrevi. não que tenha passado, mas enfim...

beijos pras minhas crianças

Anônimo disse...

Também tenho saudades das almas leves, dos pensamentos bons, das noites que se justificavam...

As festas, as pessoas, tudo está tão vazio...

As últimas que fui, foi por teimosia, pensando que talvez eu que estava em uma "má fase" e que poderia ser melhor... mas confesso que fiquei só observando, e cheguei a conclusão que não sou...

Teve uma inclusive que voltei p casa em meio as lágrimas...
Pq as coisas que são boas não permanecem boas...

Vc é leve!
Thaila

dessa... disse...

oieeee!

Bom te ter aqui, finalmente comentando!

Olha, não posso falar de teimosia... pois como boa taurina, minha teimosia por vezes beira a burrice. Chamo carinhosamente de obstinação hehe
A burrice eu deixo por conta da esperança :/

Colocando a culpa no meu espírito um tanto ingênuo eu digo que espero que melhore... e que as coisas (e as pessoas) voltem a ser o que realmente são.
Não esquecendo que alguns só agora mostram o que realmente são... esses não me servem.

No fim, o que vale dessas noites são algumas pessoas que conseguem ver os mesmos problemas.. as que eu gosto demais. As minhas meninas, os meus meninos que são ótimos amigos e por ai vai...

A leveza vem de dentro, amore... a gente só não pode deixar alguém jogar uma pá de terra em cima de uma pena porque elas perdem o vôo. E isso vale pra ti também ;)

beijão