sábado, 9 de fevereiro de 2008

Um céu de avelã

o que me separa da mediocridade do mundo: Eu preciso dizer que te amo (Cazuza)

O temporal dessa tarde me jogou de volta nos dias de infância que mais sinto falta. Dias de casa da vó, tardes de calor infernal no Vale dos Sinos, de picolé sentada no degrau da porta... e de toda sorte que tinhamos quando rolava um banho de chuva. Única menina numa família só de guris (o que explica muita coisa, eu sei), a festa no meio da rua da paralelepípedos tava garantida, correndo e rindo até não aguentar mais.
Não lembro quando foi meu último banho de chuva... desses de não se preocupar com nada. Eu ainda ando tranquilamente na chuva, sempre vou andar... e vez que outra tenho companhia pra isso. Mas é pra poucos...
Acordei com o barulho do vento esmurrando a janela do meu quarto, senti o cheiro da noite no cabelo e ví o céu cor de avelã (quem leu 'A menina que roubava livros' entende...) cheio de folhas.
Comparado com minha tempestade preferida, aquela no meio da Rota do Sol no início da noite, foi pário duro.
Fiquei na janela, lembrando e pensando em ir correr na chuva.
Mas a vontade passou quando ví a lixeira da Codeca passar rolando pela rua.

Notas mentais:
1) o nascer do sol na praia.
2) levar outra surra da chuva. Sorrindo.

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