terça-feira, 18 de setembro de 2007

Apertando os botões certos

o que me separa da medíocridade do mundo: Die Die, My Darling (Metallica)
Eu monto num porco. Por que as pessoas sempre cometem os mesmo erros comigo mesmo quando sabem exatamente o que eu penso e como vou agir? Sem querer é ainda pior... Porque daí é puro descuido. Gente curta. Não tem como discutir valores e princípios. Eu tenho os meus, tu tem os teus. Uma agressão totalmente gratuíta por algo que eu comentei é até aceitável... mas não vem me falar de moral e coisas que te enojam. Pior é saber que isso vem de uma das pessoas mais limitadas que conheço, daquelas que passam a vida colecionando os 'nãos' e guardando naquela caixinha de frustrações... E claro que o que é diferente só pode levar um pedrada. No fim, fiz silêncio. Não tem nada, mas absolutamente nada, que eu pudesse falar que pudesse alargar aquela mente estreita.
Pode continuar me julgando e mantendo tuas convicções (que são prisões, diz o tio Nietzsche). O mais irônico disso tudo é que se ela me mete a boca, mas se soubesse o que eu realmente acho dela... falaria ainda pior.
Mas depois disso meu dia foi bem legal... Luzinha querida tá no Brasil e que saudade eu tenho daquele toquinho alegrando a escola! Pedi pra ela entrar na minha aula do avançado e falar pra eles sobre a viagem... e no fim foi eu que me surpreendi um monte com a diferença entre a Lu que foi e a Lu que voltou (e que já vai de novo no final da semana). Lembrei de mim mesma jutando as coisas numa mala há 2 anos atrás e embarcando sozinha pra Boston e nunca me sentindo tão solta na vida. E tão assustada também. Desembarcar sozinha numa cidade onde tu não conhece ninguém, onde ninguém te espera é talvez o maior exemplo que tu pode ter de medo-curiosidade-coragem-liberdade na mesma situação. Eu fui pra um albergue, ela pra uma casa de familia. Na primeira noite de albergue conheci as 3 pessoas que iriam virar minha familía lá e resolvemos morar todos juntos. Saudade daqueles moleques! Os irmãos que escolhi por uns meses... saudade saudade saudade.
Aprendi a conviver com as minhas limitações e respeitar as deles naquela casa... ninguém come miojo ou sucrilhos sem pedir (nessas, lembro daquele texto que diz que tudo que precisamos na vida aprendemos no jardim de infância)... Pessoas são complicadas e tão necessárias. Eu nunca convivi muito bem com a solidão e sempre foi meu maior medo, acho que sempre vai ser. Eu só estava completa com minhas pessoas por perto... e como eu tive pessoas naquela cidade. Pessoas que eu coleciono no melhor sentido do termo e que sei que sentem falta também.

Aprendi a ser senhora das minhas decisões e saber que só posso contar comigo mesma... Aprendi a ser independente, a não me encolher num canto e chorar quando algo dava errado. Mas me permiti cair uma vez por conta de uma pessoa que representou demais e que eu só dei valor depois de perder. Passei uma semana ouvindo "Tempos Dificeis" e chorando sempre que dava vontade... fugi de casa por duas semanas. Ele ainda tem um peso enorme que eu adoro carregar (beijo pra ti, Traste). No resto, foram meses memoráveis. As melhores companhias, o melhor emprego, a melhor familia (mesmo que longe), as melhores festas, as melhores viagens.... Aprendi o valor de uma mochila e a coragem de dar a cara a tapa, o valor de olhar e ver as pessoas, de querer saber mais.. aprendi a não ter medo do novo ou teria morrido bem devagar. Aprendi que eu consigo tudo que quero mas que posso fazer isso respeitando meus limites e os que me são mpostos. Aprendi a lavar roupa também.
E por fim aprendi que toda a ideia de companherismo tá tão presente naquele que nunca falha: meu Jon. Passar meses longe dele foi complicado e a gente se viu pouco, mas a jogada final da mochila nas costas foi com ele. Enquanto todo mundo que a gente conhecia tava voltando pro Brasil com todo o dinheiro ganho pra comprar carro ou pagar a faculdade, a gente assumiu o espírito kamikaze de sempre: catei ele na Philadephia e fomos pra California. Voltamos pro Brasil com honrados 25 centavos no bolso. Eu tenho preço pra um monte de coisas... mas aquele album de fotos ninguém tem coragem de questionar.
Te amo, Pipes... tu é sempre a primeira opção.

4 comentários:

laine. disse...

eh isso que chamo de redençao!

belo post.
te amo, mas nao muito...=P

dessa... disse...

aww, valeu, baby!

tecnicamente já é teu aniversário... mas visto que só é amanhã depois que eu durmo... tu vai ter que aguentar até o meu amanhã :)

amo um monte!

beijos

Adele Corners disse...

Ai que fofo!

E a gente vai viajar pra onde mesmo?

dessa... disse...

Cuba

nós vamos pra Cuba, Cíntia :D